terça-feira, 15 de janeiro de 2008

“Cochilando no ponto”

Sabe acredito já ter ido ao casamento de quase todos os meus colegas antigos, ex-namoradas inclusive. Não, não fui de bicão não, fui convidado e tal, tudo certinho. Em alguns fui torcendo pro noivo ser mais calvo ou mais gordinho do que eu. E dos meus colegas então... Já fui até padrinho de grandes enlaces matrimoniais. Digo com sinceridade que foi um prazer. Mas estranhamente, depois que a festa acaba, não tenho muito contato com eles não. Às vezes pelo Orkut, mas muito pouco. Isso não chega a ser uma critica á eles, e talvez se fosse ao contrário eu faria o mesmo. Afinal de contas agora eles estão casados e pertencem á um mundo novo, uma nova dimensão, estão em um ponto diferente da vida. Serão pais e mães de família, e no máximo, irão falar sobre o bebê que esta por vir ou vão me mandar o convite para a primeira festa de aniversário do filho deles. Sem problemas, adoro crianças.
Pois é, eles optaram por seguir um caminho certinho, do tipo, namore, fique noivo, e se case. Tenha uma religião, freqüente uma igreja e seja um bom pai, uma boa mãe dentro dos padrões sociais aceitáveis. Fique dentro da área de segurança, e não ultrapasse a faixa amarela.

E eu... Bom, parece que o tempo passou, e eu deixei que todos os eventos “normais” que deveriam ter se seguido naturalmente, como aconteceu com eles, fossem desfilando na minha frente, sem que eu escolhesse nenhum deles. Agora, é cada um na sua, em seus mundos, em seus ambientes hermeticamente fechados e protegidos de mudanças.





Eu deixei passar e não peguei esse ônibus, to ainda aqui, no ponto, esperando passar um, que me leve onde eu realmente gostaria de estar. Será que vou relutar e depois acabar pegando a mesma condução que todos pegaram, só pra não ser diferente? Não, mas se eu fizer isso, vai ser porque chegou a minha hora, o meu momento, e não por embalo, e não por ter ficado sozinho no ponto.
A gente não programa isso. É como se os itinerários não lhe atraíssem. Só que quando você não faz uma opção padrão, parece que ficou para trás, parece que todos embarcaram, e você ficou, ou então se perdeu no caminho por descer antes do ponto certo... Esse é um sentimento difícil de lidar. Mas posso dizer uma coisa, na qual passei a acreditar, depois de um tempo, e que se resume bem na seguinte frase: “Só quem se perde, encontra outros caminhos”.

Há outros destinos, que podem ser bem interessantes também. Rauzito dizia:

“... é chato chegar, a um objetivo num instante, eu prefiro ser, essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo...”

Eu sei que não é fácil ser assim, é muito mais fácil seguir o fluxo. Há muita critica e muita aporrinhação. Mas e daí, num foi isso que eu escolhi? A final não somos meras vítimas das circunstâncias, nós escolhemos.
E tem mais, logo não vou me sentir tão só nessa espera. Acredito que vão aparecer outros que compartilham da mesma vontade de ir além, ou de conhecer outros caminhos. E ai, tudo fica muito mais interessante. Enquanto isso, sei que algumas vezes vou pegar o ônibus errado e pedir pra descer de repente, em algum ponto desconhecido da vida.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Escolha






É a falta de amor, ou o excesso que nos faz sofrer? Amando demais, demonstramos fraqueza, falta de orgulho próprio? Se amar de menos, vazio, frieza, indiferença?
Se alguém se entrega demais a uma paixão fica totalmente exposto, abre as portas para a dor da perda, da magoa, da angústia, do ciúme de saber que nunca vai ter exclusividade? Se não se entrega é covarde, egoísta, medroso, inseguro?
A medíocre conclusão que chegamos é que os dois são ruins e bons, ao mesmo tempo.

E ai, qual sofrimento você vai escolher?